Este artigo oferece uma visão abrangente sobre doenças neurodegenerativas comuns em idosos, focando em Alzheimer e Parkinson.
Você aprenderá sobre sintomas, diagnóstico, tratamentos atuais e estratégias para melhorar a qualidade de vida.
Também abordaremos o papel crucial dos cuidadores e familiares, além de dicas práticas para o dia a dia.
Seja você um paciente, um familiar ou alguém preocupado com sua saúde cerebral, este guia fornecerá informações valiosas para entender e enfrentar essas condições.

Dados do IBGE mostram que em 2050, o Brasil terá mais de 66 milhões de idosos, representando quase 30% da população.
Compreendendo as Doenças Neurodegenerativas

As doenças neurodegenerativas são condições que afetam principalmente o cérebro e o sistema nervoso.
Elas são caracterizadas pela perda gradual de células nervosas, o que pode levar a uma variedade de sintomas, dependendo da área do cérebro afetada.

- O Dr. Melchior é conhecido por sua abordagem individualizada no tratamento de pacientes idosos.
- Ele compreende que cada paciente tem uma história de vida única e, portanto, adapta cada consulta às necessidades específicas da pessoa.
- Sua expertise no manejo das doenças neurodegenerativas em idosos é fundamentada em uma visão integral da saúde, que considera não apenas os aspectos mentais, mas também os físicos, emocionais e sociais do envelhecimento.
- Dr. Melchior Valmorbida é um geriatra de destaque, dedicado a promover um envelhecimento ativo, saudável e pleno em todas as dimensões da vida.
- Com mais de 16 anos de experiência como médico, dos quais mais de 8 anos são dedicados exclusivamente à Geriatria, tem se especializado no tratamento de condições complexas que afetam a população idosa, incluindo o Alzheimer e o Parkinson.
- Geriatra Titulado pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia / Associação Médica Brasileira
- Associado à Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
- Membro do Corpo Clínico do Hospital São Lucas da PUCRS
- CREMERS 32896 | RQE 39401

Viver com uma doença neurodegenerativa pode ser desafiador e assustador.
Muitos pacientes descrevem uma sensação de perda de controle sobre suas próprias vidas à medida que os sintomas progridem.
É comum sentir frustração, medo e até mesmo vergonha. No entanto, é importante lembrar que você não está sozinho nessa jornada.
Muitos pacientes conseguem manter uma boa qualidade de vida com o tratamento adequado e o apoio de familiares e profissionais de saúde.
Características comuns das doenças neurodegenerativas:
- Progressão lenta e gradual dos sintomas
- Perda de funções neurológicas específicas
- Acúmulo de proteínas anormais no cérebro
- Inflamação crônica no sistema nervoso
- Alterações na comunicação entre as células nervosas
Entre as doenças neurodegenerativas mais conhecidas estão:
- Doença de Alzheimer, responsável por cerca de 60-70% dos casos de demência
- Doença de Parkinson, que afeta principalmente o movimento, mas também pode ter impactos cognitivos.
Demência e a Doença de Alzheimer: além do esquecimento

A demência é um termo que descreve um conjunto de sintomas relacionados ao declínio da função cerebral.
A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência, responsável por cerca de dois terços dos casos.
A Doença de Alzheimer em detalhes
- Caracterizada por alterações celulares que levam à morte neuronal e à atrofia cerebral.
- Afeta inicialmente áreas do cérebro responsáveis pela memória e aprendizado.
- À medida que progride, pode afetar regiões relacionadas à linguagem, raciocínio e comportamento social.
Vivendo com Alzheimer
Para quem vive com Alzheimer, as mudanças podem ser graduais, mas impactantes.
- Você pode começar a notar dificuldades em lembrar de eventos recentes ou nomes de pessoas conhecidas.
- Tarefas que antes eram simples podem se tornar desafiadoras.
- É normal sentir-se frustrado ou ansioso com essas mudanças.
- Muitos pacientes relatam que manter uma rotina, envolver-se em atividades prazerosas e manter conexões sociais ajuda a lidar com os desafios diários.
Sintomas da Doença de Alzheimer:
- Perda de memória que afeta a vida diária.
- Pode se pegar repetindo as mesmas perguntas ou histórias sem perceber.
- Dificuldades com planejamento e resolução de problemas.
- Tarefas como gerenciar contas ou seguir uma receita podem se tornar confusas.
- Problemas para completar tarefas familiares.
- Você pode se sentir perdido ao tentar chegar a um lugar que costumava frequentar.
- Confusão com tempo ou lugar.
- Pode ser difícil lembrar que dia é hoje ou como chegou a um determinado lugar.
- Dificuldade em entender algo se não estiver acontecendo imediatamente.
- Problemas com visão e percepção espacial.
- Dificuldade para ler.
- Problemas para julgar distâncias.
- Dificuldades com contraste ou cores.
- Problemas com palavras na fala ou na escrita.
- Dificuldade em participar ou manter uma conversa.
- Para no meio de uma conversa sem ideia de como continuar.
- Repete sempre as mesma histórias ou perguntas.
- Perder coisas e não conseguir refazer os passos.
- Colocar coisas em lugares incomuns.
- Perder coisas e ser incapaz de voltar atrás para encontrá-las.
- Acusar outros de roubo.
- Julgamento diminuído.
- Problemas ao lidar com dinheiro.
- Prestar menos atenção à higiene pessoal.
- Tomar decisões inadequadas.
- Afastamento do trabalho ou atividades sociais.
- Abandona hobbies ou projetos de trabalho.
- Dificuldade em acompanhar assuntos favoritos (esportes, notícias).
- Evita eventos sociais devido às mudanças que está sofrendo
- Mudanças de humor e personalidade.
- Fica facilmente chateado em casa, no trabalho, com amigos ou em lugares fora da zona de conforto.
- Fica confuso, desconfiado, deprimido, temeroso ou ansioso.
- Perturba-se facilmente quando uma rotina é interrompida
É imperativo entender que o esquecimento ocasional é uma parte normal do envelhecimento.
No entanto, quando esses lapsos começam a interferir significativamente na vida diária, é hora de buscar avaliação médica.
Diagnóstico da Doença de Alzheimer

O diagnóstico da Doença de Alzheimer geralmente envolve uma combinação de:
1. Histórico médico detalhado
2. Exame físico e neurológico
3. Testes específicos de memória (como o Miniexame do Estado Mental)
4. Exames de sangue para descartar outras causas de demência
5. Exames de neuroimagem (como ressonância magnética ou tomografia computadorizada)
6. Em alguns casos, testes genéticos
Recentemente, biomarcadores no líquido cefalorraquidiano e técnicas avançadas de neuroimagem, como PET scans com marcadores específicos para amiloide e tau, têm sido utilizados para aumentar a precisão do diagnóstico, especialmente em estágios iniciais da doença.
Diagnóstico precoce é crucial. Quanto mais cedo, mais eficazes podem ser as intervenções para gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Benefícios do diagnóstico precoce:
- Início do tratamento mais no início da doença
- Melhor planejamento para o futuro
- Acesso a ensaios clínicos e novas terapias
- Tempo para adaptações no estilo de vida
- Oportunidade para educação e suporte
Prevenção e fatores de risco

Embora não possamos prevenir completamente o Alzheimer e o Parkinson, pesquisas sugerem que certos fatores de estilo de vida podem influenciar o risco de desenvolver essas doenças.
Fatores de risco para Alzheimer:
- Idade avançada
- Casos de Alzheimer na família
- Genética (por exemplo, o gene APOE-e4)
- Lesões cerebrais traumáticas
- Doenças cardiovasculares
- Baixa escolaridade
- Isolamento social
Estratégias para reduzir o risco de Alzheimer:
- Mantenha-se mentalmente ativo
- Aprenda novas habilidades.
- Leia regularmente.
- Faça quebra-cabeças e jogos mentais.
- Pratique exercícios físicos regularmente.
- Cerca de 150 minutos por semana de exercício aeróbico (caminhadas).
- Exercícios de força (musculação /pilates).
- Pratique / aprenda dançar.
- Siga uma dieta saudável.
- Por exemplo a dieta mediterrânea.
- Consuma alimentos ricos em antioxidantes.
- Limite a ingestão de gorduras saturadas e açúcares refinados.
- Controle fatores de risco cardiovascular.
- Mantenha a pressão arterial e o colesterol sob controle.
- Gerencie o diabetes.
- Evite o tabagismo.
- Mantenha uma vida social ativa.
- Participe de atividades comunitárias.
- Mantenha contato regular com amigos e familiares.
- Considere o voluntariado.
- Priorize um sono de qualidade.
- Mantenha uma rotina de sono regular.
- Crie um ambiente propício ao sono.
- Trate distúrbios do sono, se presentes.
- Gerencie o estresse.
- Pratique técnicas de relaxamento como meditação ou yoga.
- Busque ajuda profissional se necessário.
Embora ainda não exista uma cura para o Alzheimer e o Parkinson, há tratamentos disponíveis que podem auxiliar no gerenciamento dos sintomas e proporcionar uma melhoria significativa na qualidade de vida dos pacientes.
Tratamentos para Alzheimer:
- Medicamentos: diferentes classes que podem melhorar a memória, o pensamento, a atenção e a capacidade de realizar tarefas simples.
- Terapias não farmacológicas:
- Terapia ocupacional -ajuda a manter a independência nas atividades diárias.
- Exercícios de estimulação cognitiva – podem ajudar a manter a função cognitiva por mais tempo.
- Adaptações no ambiente doméstico – tornam o ambiente mais seguro e fácil de navegar
- Manejo de sintomas comportamentais.
- Técnicas de comunicação.
- Estabelecimento de rotinas.
- Em alguns casos, medicamentos para depressão, ansiedade ou distúrbios do sono
Mitos e Verdades sobre Alzheimer
Mito | Verdade |
Alzheimer é uma parte normal do envelhecimento. | Embora o risco aumente com a idade, Alzheimer não é uma parte inevitável do envelhecimento. |
Apenas idosos desenvolvem Alzheimer. | Embora seja raro, pessoas com menos de 65 anos podem desenvolver Alzheimer de início precoce. |
Suplementos de alumínio causam Alzheimer. | Não há evidências científicas conclusivas ligando o alumínio ao Alzheimer. |
Vacinas contra gripe aumentam o risco de Alzheimer. | Na verdade, algumas pesquisas sugerem que vacinas contra gripe podem reduzir o risco de Alzheimer. |
Doença de Parkinson: muito além do tremor

A doença de Parkinson é uma condição que afeta principalmente o movimento do corpo.
Ela é causada pela perda de células cerebrais que produzem uma substância chamada dopamina, importante para o controle dos movimentos.
A doença de Parkinson em detalhes
Embora o tremor seja o sintoma mais reconhecível, a doença de Parkinson envolve uma gama muito mais ampla de sintomas motores e não motores.
Vivendo com Parkinson:
Para quem vive com Parkinson, os desafios podem variar dia a dia.
- Você pode notar que seus movimentos estão mais lentos ou rígidos, e que tarefas simples como abotoar uma camisa se tornam difíceis.
- O tremor, quando presente, pode ser frustrante, mas muitos pacientes aprendem a se adaptar.
- É comum sentir-se cansado ou desanimado.
- Contudo muitas pessoas com Parkinson levam vidas ativas e satisfatórias com o tratamento adequado.
Sintomas Motores da Doença de Parkinson:
- Tremor em repouso:
- Geralmente começa um tremor suave em uma mão ou pé quando está relaxado.
- Pode envolver o queixo, lábios ou língua.
- Tende a diminuir durante o movimento voluntário
- Rigidez muscular:
- Aumento da resistência ao movimento passivo.
- Os músculos podem parecer tensos ou doloridos, dificultando movimentos.
- Movimentos lentos (Bradicinesia):
- Dificuldade em iniciar movimentos.
- Leva mais tempo para realizar tarefas simples como escrever, abotoar roupas ou escovar os dentes
- Instabilidade postural:
- Pode se sentir instável ao ficar de pé ou ao mudar de direção rapidamente.
- Tendência a cair, especialmente ao mudar de direção.
- Postura inclinada para frente.
- Alterações na marcha:
- Os passos podem se tornar mais curtos e arrastados
- Pode sentir como se estivesse “congelado” ao tentar começar a andar (congelamento da marcha).
Sintomas Não Motores da Doença de Parkinson:
- Distúrbios do sono:
- Dificuldade para dormir à noite ou sentir muito sono durante o dia..
- Transtorno comportamental do sono REM.
- Problemas com funções automáticas do corpo (Disfunção autonômica):
- Constipação.
- Mudanças na digestão
- Mudanças no controle da bexiga.
- Tontura / sensação de demaio ao levantar rápido.
- Alterações cognitivas:
- Pode notar que leva mais tempo para processar informações ou tomar decisões.
- Dificuldades com funções executivas.
- Em alguns casos, demência.
- Alterações de humor:
- Depressão / sentir-se triste
- Ansiedade
- Sentir-se desanimado (Apatia)
- Alterações sensoriais:
- pode experimentar dores inexplicáveis
- Mudanças no olfato.
- Sensação de formigamento ou dormência nas mãos e nos pés (Parestesias).
É importante notar que nem todos os pacientes com Parkinson apresentam todos esses sintomas.
A progressão da doença pode variar significativamente de pessoa para pessoa.
Cada pessoa com Parkinson experimenta a doença de forma única.
Alguns sintomas podem ser mais pronunciados que outros, e a progressão pode variar.
Muitos pacientes relatam que manter uma atitude positiva, se exercitar regularmente e trabalhar em estreita colaboração com sua equipe médica ajuda a gerenciar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida.
Diagnóstico da Doença de Parkinson
O diagnóstico da Doença de Parkinson é principalmente baseado nos sintomas e em um exame físico detalhado.
Não existe um teste único que possa confirmar a doença com 100% de certeza.
No entanto, várias ferramentas podem auxiliar no diagnóstico:
1. Exame neurológico detalhado
2. Testes físicos
3. Neuroimagem (ressonância / tomografia -para excluir outras condições)
4. Em alguns casos, testes genéticos
5. DaT-scan (SPECT com marcador para transportador de dopamina)
Prevenção e Fatores de Risco

Embora não possamos prevenir completamente o Parkinson, pesquisas sugerem que algumas escolhas de estilo de vida podem influenciar o risco de desenvolver a doença.
Fatores de Risco para Parkinson:
- Idade avançada
- Sexo masculino
- Histórico familiar
- Exposição a certos pesticidas e solventes industriais
- Lesões cerebrais repetitivas (pancadas na cabeça)
Cuidando da Sua Saúde Cerebral:
Mesmo que você não tenha Parkinson, cuidar da saúde do seu cérebro é importante. Muitas das estratégias que podem ajudar a reduzir o risco de Parkinson também são benéficas para a saúde geral. Lembre-se, nunca é tarde para começar a cuidar melhor de si mesmo!”
Estratégias para reduzir o risco de Parkinson:
- Proteja-se de produtos químicos perigosos:
- Use equipamento de proteção ao trabalhar com produtos químicos (como produtos de limpeza fortes ou pesticidas)
- Escolha alimentos orgânicos quando possível.
- Aprecie seu café:
- Boas notícias para os amantes de café! Estudos sugerem que beber café regularmente pode ajudar a proteger contra o Parkinson.
- Mantenha-se ativo:
- Encontre atividades físicas que você goste e faça delas parte da sua rotina.
- Inclua uma variedade de exercícios aeróbicos e de força.
- Considere atividades que desafiem o equilíbrio e a coordenação.
- Alimente-se bem:
- Uma dieta rica em frutas, vegetais e peixes pode ser benéfica para a saúde do seu cérebro.
- Proteja sua cabeça:
- Use capacete ao andar de bicicleta ou praticar esportes de contato.
- Tome precauções para prevenir quedas, especialmente em idades mais avançadas.
Tratamentos Atuais

Embora não haja cura para o Parkinson, existem opções de tratamento que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Lidar com um diagnóstico de Parkinson pode ser assustador, mas é importante lembrar que existem tratamento disponíveis.
Seu plano de tratamento será personalizado para suas necessidades específicas e pode mudar ao longo do tempo.
Não hesite em conversar abertamente com seu médico sobre suas preocupações e objetivos de tratamento.
Tratamentos para Parkinson:
- 1 Medicamentos:
- Existem diferentes tipos de medicamentos que podem ajudar a controlar os sintomas e a qualidade de vida.
- 2 Terapias não medicamentosas:
- Fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia podem ajudar você a manter sua independência e qualidade de vida.
- 3 Cirurgia:
- Em alguns casos, procedimentos cirúrgicos podem ser recomendados para melhorar os sintomas.
- 4Terapias emergentes:
- Terapia gênica.
- Transplante de células-tronco.
Mitos e Verdades sobre Parkinson
Mito | Verdade |
Parkinson afeta apenas o movimento. | Além dos sintomas motores, Parkinson pode causar problemas cognitivos, depressão e distúrbios do sono. |
Parkinson é sempre hereditário. | Apenas uma pequena porcentagem dos casos de Parkinson é diretamente ligada à genética. |
Pessoas com Parkinson não podem viver de forma independente. | Com tratamento adequado, muitas pessoas com Parkinson podem manter sua independência por muitos anos. |
Parkinson é uma sentença de morte. | Com tratamento adequado, muitas pessoas vivem vidas longas e produtivas após o diagnóstico. |
Exercícios intensos podem piorar os sintomas de Parkinson. | Exercícios regulares são altamente recomendados e podem ajudar a gerenciar os sintomas. |
O papel da Família e dos Cuidadores

O apoio da família e dos cuidadores é fundamental no manejo dessas doenças. Cuidar de alguém com Alzheimer ou Parkinson pode ser desafiador e emocionalmente desgastante, mas também pode ser uma experiência gratificante.
Ser um cuidador é uma jornada única, cheia de desafios e recompensas.
Você pode se sentir sobrecarregado, frustrado ou triste às vezes, e isso é completamente normal. Lembre-se de que cuidar de si mesmo é tão importante quanto cuidar do seu ente querido.
Não tenha medo de pedir ajuda quando precisar
Dicas para Cuidadores:
- Informe-se sobre a doença:
- Quanto mais você entender sobre a condição, melhor poderá lidar com os desafios que surgirão.
- Seja paciente e compreensivo:
- Lembre-se que comportamentos difíceis são parte da doença, não uma escolha deliberada.
- Mantenha uma rotina:
- Uma rotina previsível pode ajudar a reduzir a ansiedade e confusão do paciente.
- Estimule a independência:
- Permita que o paciente faça o máximo possível por conta própria, isso ajuda a manter sua dignidade e autoestima
- Cuide também da sua própria saúde:
- Faça pausas regulares, mantenha suas próprias consultas médicas e atividades que você gosta.
- Busque grupos de apoio:
- Grupos de apoio podem ser uma fonte valiosa de informações e conforto emocional.
- Não hesite em pedir ajuda profissional.
- Considere assistência domiciliar.
Impacto emocional e psicológico
Tanto o Alzheimer quanto o Parkinson podem afetar significativamente o bem-estar emocional e mental dos pacientes e de seus familiares.
É normal sentir uma variedade de emoções ao lidar com essas doenças.
Você pode se sentir triste, com raiva, ou até culpado. Lembre-se de que não há uma maneira “certa” de se sentir. Seja gentil consigo mesmo e não hesite em buscar apoio profissional se estiver tendo dificuldades para lidar com suas emoções.
Para pacientes:
- Depressão e ansiedade são comuns.
- Pode ser frustrante lidar com a perda de habilidades.
- É normal ter medo do futuro
- Pode querer se isolar das atividades sociais.
Para familiares e cuidadores:
- Você pode se sentir estressado e sobrecarregado emocionalmente.
- Sentimentos de culpa e impotência são comuns.
- Pode haver preocupações financeiras.
- O esgotamento físico e emocional (burnout) é um risco real.
Se você está se sentindo sobrecarregado emocionalmente, seja como paciente ou cuidador, não hesite em buscar ajuda.
Conversar com um terapeuta, participar de grupos de apoio, ou até mesmo compartilhar seus sentimentos com amigos próximos pode fazer uma grande diferença.
Adaptações no Ambiente Doméstico
Fazer algumas mudanças em casa pode ajudar a manter a independência e segurança do paciente por mais tempo.
Adaptar sua casa pode parecer uma tarefa assustadora, mas pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença.
O objetivo é criar um ambiente que seja seguro, fácil de navegar e que promova a independência tanto quanto possível.
- Remova tapetes soltos para evitar tropeços.
- Instale barras de apoio no banheiro para maior segurança.
- Melhore a iluminação, especialmente à noite, para evitar quedas.
- Organize os itens de uso diário de forma acessível e fácil de encontrar.
- Considere dispositivos de segurança, como alarmes de porta, se houver risco de perambulação.
- Simplifique o ambiente para reduzir a confusão visual.
- Use etiquetas e sinais para ajudar na orientação dentro de casa
- Instale fechaduras de segurança em armários que contenham itens potencialmente perigosos
Tecnologia e inovação no cuidado

Avanços tecnológicos estão transformando o cuidado de pacientes com Alzheimer e Parkinson:
- Aplicativos de smartphone:
- Podem ajudar a lembrar de tomar medicações ou manter lembretes para tarefas diárias.
- Dispositivos de localização:
- Podem trazer tranquilidade para familiares de pacientes que tendem a se perder.
- Sistemas de casa inteligente:
- Podem tornar tarefas diárias mais fáceis, como controlar luzes ou a temperatura.
- Wearables (relógios, sensores de movimento…):
- Para monitorar sinais vitais e padrões de sono.
- Para detectar quedas.
- Telemedicina:
- Consultas médicas sem sair de casa.
A importância da Nutrição

Uma alimentação adequada pode desempenhar um papel importante no manejo dessas doenças, ajudando a manter a saúde geral e potencialmente influenciando os sintomas.
Para Alzheimer:
- Experimente a dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais e azeite.
- Inclua alimentos com ômega-3, como peixes, nozes e sementes de chia.
- Consuma frutas e vegetais coloridos, ricos em antioxidantes.
- Se o apetite for um problema, tente refeições menores e mais frequentes.
- Use talheres adaptados se a coordenação motora for um desafio.
- Mantenha hidratação adequada.
Para Parkinson:
- Coma alimentos ricos em fibras para ajudar com a constipação
- Inclua proteínas, mas preste atenção na interação com as medicações
- Consuma alimentos ricos em vitamina D e cálcio para a saúde dos ossos
- Se engolir for difícil, experimente alimentos com texturas mais suaves
- Mantenha-se bem hidratado, mas beba pequenos goles se tiver dificuldade para engolir
Exercícios e Terapias Complementares
Além do tratamento médico tradicional, várias formas de exercício e terapias complementares podem ajudar a gerenciar sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Cada pessoa é única, e o que funciona para um pode não funcionar para outro.
Não tenha medo de experimentar diferentes atividades para ver o que você gosta e o que traz benefícios.
Sempre consulte seu médico antes de iniciar um novo programa de exercícios ou terapia
- Tai Chi
- Movimentos suaves que podem melhorar o equilíbrio e reduzir o risco de quedas.
- Yoga
- Pode aumentar a flexibilidade, reduzir o estresse e melhorar o sono.
- Caminhadas e outros exercícios aeróbicos
- Bons para a saúde do coração e podem ter efeitos protetores para o cérebro.
- Exercícios de força
- Ajudam a manter os músculos fortes, o que é importante para a mobilidade.
- Musicoterapia
- Ouvir ou fazer música pode estimular o cérebro e melhorar o humor.
- Arteterapia
- Pode ser uma forma relaxante de se expressar e trabalhar a coordenação motora fina.
- Terapia com animais
- Interagir com animais pode reduzir o estresse e proporcionar conforto emocional.
- Acupuntura
- Pode ajudar com dor e rigidez em pacientes com Parkinson.
Planejamento para o futuro

Pensar no futuro pode ser assustador quando se enfrenta uma doença neurodegenerativa, mas planejar com antecedência pode trazer paz de espírito e garantir que seus desejos sejam respeitados.
Planejar para o futuro não significa desistir do presente. Na verdade, ter um plano pode ajudar você a se sentir mais no controle e permitir que você se concentre em aproveitar cada dia.
Lembre-se, você pode sempre revisar e ajustar seus planos à medida que as circunstâncias mudam.
Passos importantes para o planejamento:
- Converse com sua família sobre suas preferências de cuidado:
- Compartilhe seus desejos sobre tratamentos futuros e onde você gostaria de receber cuidados.
- Prepare documentos legais:
- Isso pode incluir um testamento, procuração para cuidados de saúde e diretivas antecipadas.
- Planeje financeiramente:
- Considere os custos futuros de cuidados e explore opções de seguro e benefícios
- Estude opções de cuidados de longo prazo:
- Pesquise sobre cuidados domiciliares e instituições de longa permanência especializadas.
- Organize documentos importantes:
- Mantenha certidões, apólices de seguro e informações bancárias em um local seguro e acessível.
- Pense em adaptações futuras para sua casa:
- Considere modificações que possam ser necessárias para manter sua independência por mais tempo.
- Discuta sobre dirigir:
- Planeje com antecedência para quando não for mais seguro dirigir, explorando alternativas de transporte
Conclusão
Viver com Alzheimer ou Parkinson, ou cuidar de alguém com essas condições, é um desafio significativo.
No entanto, com o conhecimento adequado, suporte médico apropriado e uma rede de apoio forte, é possível manter uma boa qualidade de vida.
Lembre-se, cada jornada com Alzheimer ou Parkinson é única.
Não se compare com outros ou se cobre demais.
Celebre as pequenas vitórias, seja gentil consigo mesmo nos dias difíceis, e não hesite em pedir ajuda quando precisar.
Você não está sozinho nessa jornada.
Pontos-chave para lembrar:
- O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem fazer uma grande diferença
- Mantenha-se informado, mas não se sobrecarregue com informações
- Cuide de sua saúde física e mental
- Mantenha conexões sociais e atividades que você aprecia
- Aproveite os bons momentos e seja paciente nos dias difíceis
- Há muitos recursos e apoio disponíveis – não hesite em usá-los
- Se você tem preocupações sobre sua saúde cognitiva ou motora, ou a de um ente querido, converse com um médico.
- Lembre-se, você não está sozinho nessa jornada, e há sempre esperança e formas de melhorar a qualidade de vida, não importa o estágio da doença.
Se este artigo despertou preocupações ou você gostaria de saber mais, considere agendar uma consulta.
Uma avaliação profissional pode oferecer orientação personalizada e, se necessário, iniciar um plano de tratamento adequado às suas necessidades específicas.
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Referencias:
ABRAz – Associação Brasileira de Alzheimer
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
Sociedade Brasileira de Neurologia
Tratado de Geriatria e Gerontologia. Quinta Edição. Editora: Guanabara Koogan. Elizabete Freitas e Ligia Py.